Por que escrevo?

Essa pergunta simplesmente surgiu na minha cabeça. Por mais óbvias que pareçam a pergunta e a resposta, acho que algo de novo pode surgir enquanto penso sobre isso e digito rapidamente entre um trabalho e outro.

Ia começar com “acho que escrevo”, mas volto atrás e desisto de achar. Eu sei. Por mais que eu possa mudar de ideia em 5 minutos, agora, eu sei.

Eu escrevo para libertar anjos e demônios. Todas as faces do bem e do mal que vivem em mim precisar escapar de alguma forma, seja com um plano de fuga discreto ou com uma explosão que destrói tudo. Às vezes nem precisam fugir, eu mesma abro as portas e janelas para que saiam.

Tantas vezes eles desaparecem por aí, por meses, semanas, dias, e quando me dou conta, estão de volta aqui dentro. Não me lembro se pedi pra que ficassem, consciente ou inconscientemente. Não sei dizer se me apeguei à eles ou se eles se apegaram à mim.

Eu escrevo para aprender a lidar com meus anjos e demônios. Liberdade nem sempre é um opção. É o tipo de coisa que todo mundo deseja, mas nem todo mundo é capaz de viver.

Eu escrevo para me sentir livre. Livre não como um bicho que nasceu, viveu e morreu na natureza, mas como os anjos e demônios que dão uma volta lá fora e voltam pra onde sempre foi mais confortável e aconchegante, ainda que cheio de grades e ressalvas.

Eu escrevo.

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